São registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números, existe a campanha Setembro Amarelo, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina.
“Entender o suicídio é uma questão complexa, já que ele envolve fatores de ordem genética, psicológica, sociológica e biológica seja por momentos de crise, brigas em relacionamentos, impulso, falta de oportunidades ou desilusão pela vida. É comum, também, que os casos estejam relacionados a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e ao uso de drogas”, explica Mônia Bresolin, psiquiatra e psicogeriatra que integra o corpo clínico do Hospital Dona Helena.
A profissional ressalta que, embora não haja causas únicas que expliquem o suicídio, é válido mencionar as mais recorrentes, como estresse social; perda de emprego; dificuldades financeiras (não à toa, 75% dos países que registram suicídios são emergentes ou subdesenvolvidos); problemas de relacionamento; traumas, como abusos sexuais; depressão; esquizofrenia; abuso de álcool; baixa autoestima; sofrimento em relação à orientação sexual; dificuldade de enfrentar problemas; doenças e dores crônicas; e acontecimentos destrutivos, como grandes conflitos. “Esses fatores podem aparecer isoladamente e, em alguns casos, ainda, combinados”, frisa.
Um olhar para a saúde mental
Estudos mostraram um panorama geral dos transtornos mentais na população adulta. Esses índices variaram entre 20% e 56%, acometendo principalmente mulheres e trabalhadores.
Segundo a psiquiatra, os sinais de alerta para doenças da saúde mental são insônia; desânimo ou falta de prazer ao fazer suas atividades; alteração de humor; irritabilidade; falta de concentração; perda de memória; taquicardia (batimento cardíaco acelerado); respiração ofegante ou entrecortada (sensação de falta de ar); formigamento; choro constante e estresse excessivo; tremores; tensão; perda ou ganho de peso; dores de cabeça; dores musculares; problemas gástricos e digestivos; etc.
“Para diagnosticar uma doença mental, é preciso realizar uma entrevista (consulta) com médico psiquiatra. Após avaliação de todos os dados do paciente, o médico psiquiatra terá condições de fazer o diagnóstico. Algumas vezes são necessários alguns exames complementares. Cada diagnóstico tem seu tratamento específico. Geralmente se faz com medicações e psicoterapia”, explica a profissional.
Falando sobre o assunto
“Para ajudar uma pessoa a evitar o suicídio, é preciso perguntar sobre o assunto. A ideia que se tem é que, ao falar sobre suicídio, o risco de alguém realmente tirar a própria vida aumenta, mas isso não é verdade.Também é possível incentivar a pessoa a procurar ajuda, de preferência em um pronto atendimento médico”, reforça a psiquiatra. “Não minimize qualquer conversa ou comportamento auto prejudicial e não subestime comportamentos por atenção. Pensamentos e ideações suicidas são uma emergência médica”, aponta.
Mônia também frisa a importância de uma cultura de escuta e empatia dentro do ambiente familiar: “Quando se tem a abertura para o diálogo, sem críticas ou preconceitos, se tem a oportunidade de identificar alguma alteração de comportamento da pessoa que convive no mesmo ambiente e dessa forma poder ajuda-la, incentivando que procure avaliação com médico psiquiatra para saber se está tudo bem”.
Atendimento humanizado e integral
O Centro Clínico Dona Helena conta com Ambulatórios de Psiquiatria e Psicologia que estão à disposição para auxiliar as pessoas que precisem de ajuda profissional.
O atendimento do Ambulatório de Psicologia visa contribuir no tratamento de demandas psicológicas, emocionais, de comportamento e relacionais, com resultados efetivos na promoção de saúde, qualidade de vida e bem-estar pessoal. A instituição conta com profissionais especializados em avaliação psicológica e serviços de psicologia para crianças, adolescentes e adultos.
O serviço é integrado ao Ambulatório de Psiquiatria, que tem como objetivo principal proporcionar ao paciente (criança, adolescente ou adulto) um amplo atendimento desde diagnóstico clínico, diagnóstico situacional, compreensão dos seus processos comportamentais, mentais e estruturais do desenvolvimento neuropsíquico, bem como seus relacionamentos familiares, até a prescrição medicamentosa e outras medidas indicadas, conforme cada paciente.
Em breve, o hospital irá implantar um ambiente apropriado para receber pacientes psiquiátricos, um diferencial para atender a carência de Joinville e região.