A obesidade infantil é caracterizada pelo excesso de peso em relação à idade e altura de crianças de até 12 anos. Totalmente atrelada a fatores genéticos, ambientais e comportamentais, ela traz grandes riscos à saúde, tais como o surgimento de diabetes e doenças cardíacas. Acompanhe a leitura para saber mais sobre essa patologia na infância.
Com o status de pandemia devido à decorrência do aumento do número de crianças obesas, a obesidade infantil é um problema cada vez mais comum no Brasil e no mundo. Segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), No Brasil, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos. Já os dados globais mostraram que em apenas quatro décadas o número de crianças e adolescentes obesos saltou de 11 milhões para 124 milhões. E para concluir, o levantamento ainda advertiu que outros 123 milhões de crianças, adolescentes e jovens, com idades entre 5 e 19 anos, já apresentam excesso de peso, com uma incidência um pouco maior entre meninos.
Nem todo mundo sabe, mas crianças de grupos sociais distintos podem se tornar obesas por diferentes razões. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com 783 crianças, entre 6 e 11 anos, de 12 escolas, sendo metade pública e metade particular. Os desnutridos das escolas particulares somam 3% e os das públicas somam 11%, já a porcentagem de obesidade corresponde a 15,6% na rede privada e 13,3% na rede pública. O número superior de obesos nas escolas particulares se deve principalmente ao estilo de vida sedentário, enquanto a menor incidência entre crianças da rede pública pode estar associada à prática de atividades físicas.
Dados que preocupam e reforçam a importância do Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março. A data tem objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e tratamento da obesidade, além de alertar sobre os riscos associados à doença. É uma oportunidade para divulgar informações sobre alimentação saudável e bons hábitos de vida desde a infância. Com ações preventivas e educativas, é possível reduzir a incidência da obesidade infantil e garantir um futuro mais saudável para nossas crianças. E sabe onde tudo isso começa? Sim, na sua casa!
Segundo a endocrinopediatra Dra. Julia Maia Rocha de Carvalho, do Serviço de Pediatria do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC): “É à mesa em família que se incorporam hábitos saudáveis. Um aprendizado conjunto que, hoje em dia, é prejudicado pela tão falada “falta de tempo” de crianças e, sobretudo, de adultos. É a dinâmica familiar que norteia a dinâmica de vida dos pequenos, desde a primeira infância”. Contudo, seja pela falta de tempo para preparar a rotina alimentar, ou pela simples repetição de atitudes antigas da família, o hábito de ingerir calorias acima do necessário é mais comum do que se imagina.
A obesidade infantil é determinada pelo índice de massa corporal (IMC), que é calculado dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m), de acordo com a seguinte fórmula: IMC = peso / (altura x altura). O resultado de IMC é dado em kg/m2 e comparado nas tabelas de referências específicas com a idade e o sexo da criança.
De acordo com a OMS, uma criança é considerada obesa quando seu IMC está acima do percentil 97 para a idade e o sexo. Já uma criança com IMC acima do percentil 85 e abaixo do percentil 97 é considerada com sobrepeso. É importante lembrar que o diagnóstico de obesidade infantil deve ser feito por um profissional de saúde qualificado, que levará em conta vários fatores, como histórico familiar, hábitos alimentares, nível de atividade física, entre outros. Por isso, conte com o Ambulatório de Pediatria do Dona Helena para auxiliar você e sua família nessa hora.
Vale ressaltar que a obesidade infantil é uma condição complexa e pode ter várias causas. Algumas das mais comuns incluem:
1. Má alimentação: consumir alimentos e bebidas altamente calóricos, ricos em açúcares e gorduras. O atendimento nutricional do Ambulatório de Nutrição Dona Helena contribui para a prevenção e tratamento das patologias, respeitando a individualidade de cada paciente.
2. Sedentarismo: com o aumento do uso das telas, as crianças estão passando mais tempo sentadas e menos tempo se movimentando, o que pode contribuir para o ganho excessivo de peso.
3. Genética: a obesidade pode ter uma base genética e ser herdada de pais obesos.
4. Fatores ambientais e socioeconômicos: falta de acesso a alimentos saudáveis, atividades físicas e cuidados de saúde adequados.
5. Comportamento alimentar: comer em excesso, comer rapidamente e comer em resposta ao estresse ou outras emoções.
A prevenção da obesidade infantil começa em casa e está nas suas mãos. Para Júlia, ter a clareza da responsabilidade da família é fundamental. “Afinal, são os pais que compram os alimentos, aí deve começar a mudança, quando necessária.” Por isso, incentive bons hábitos e um estilo de vida saudável desde cedo na rotina dos seus pequenos. Aqui vão algumas dicas:
O tratamento para obesidade infantil pode variar dependendo da idade da criança, do seu estado de saúde e do grau de obesidade. Ele deve ser personalizado e adaptado às necessidades individuais de cada paciente.
As abordagens mais comuns incluem, mudanças na dieta com o auxílio de um nutricionista para desenvolver juntamente com a família um plano alimentar saudável e equilibrado, prática de atividades físicas, mudanças comportamentais, aconselhamento psicológico e, em casos mais severos, tratamento médico para prescrição de remédios.
Vale lembrar que, para o sucesso do tratamento, é fundamental a família trabalhar em conjunto com a equipe de saúde para alcançar os resultados esperados.
Com todas essas informações em mente, é certo que o Dia Mundial da Obesidade tem um papel fundamental no aumento da conscientização sobre a doença como um problema global de saúde pública e no incentivo da sua prevenção e tratamento. Além disso, a data reforça a promoção de ações coordenadas para combater a obesidade em todo o mundo.
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