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Dona Helena

Diagnóstico de autismo: intervenção precoce reduz impactos

Sabrina Gauto, psicóloga hospitalar do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC)

Mesmo com todos os avanços na área da saúde, muitas pessoas ainda não compreendem o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por isso, é fundamental disseminar informações corretas sobre o tema. Diversos sinais são considerados no diagnóstico de autismo – alguns surgem precocemente e outros vão se apresentando conforme o desenvolvimento da criança. No entanto, a fim de critério diagnóstico, segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico), é necessário que haja déficit na comunicação social, desde atraso na linguagem, bem como dificuldade na interação social, ou seja, na intenção de se comunicar com as pessoas. Outro ponto relevante é a apresentação de padrões restritos e repetitivos de comportamento e/ou interesses: a criança pode demonstrar hiperfoco, tende a repetir diversas vezes a mesma brincadeira, ou deseja apenas determinado objeto.

Com a unificação proposta pelo CID 11 (Classificação Internacional de Doenças), na qual o autismo deixa de ser repetido em inúmeras classificações e passa a ser considerado um espectro – portanto, entende-se que pode se manifestar de inúmeras formas, a depender de cada criança –, torna-se imprescindível a avaliação de um profissional em caso de suspeita. O ideal, para tanto, seria um neuropediatra ou um psiquiatra da infância, que irão avaliar a manifestação e o impacto dos possíveis déficits para a criança.

Considerando a complexidade do cérebro humano, a intervenção não poderia ser diferente –exige diversas ferramentas e o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. A intervenção precoce auxilia no desenvolvimento da criança, minimizando o impacto dos déficits. A família tem papel fundamental, tanto no momento da avaliação, oferecendo informações consistentes aos profissionais, quanto durante todo o processo de intervenção. O impacto do diagnóstico e o cuidado de uma criança com desenvolvimento atípico pode ser cansativo e gerar sentimentos como frustração, impotência e até mesmo culpa. É um grande desafio adaptar os cuidados básicos, a rotina cotidiana e escolar. Os principais cuidadores, pais, avós, ou quem mais for próximo da criança, deve receber suporte e orientação dos profissionais para facilitar a vida diária. Mesmo diante de tantos obstáculos que as crianças e famílias enfrentam diariamente, é possível encontrar oportunidades de viver em harmonia. A inclusão é uma necessidade urgente, não apenas como direito, mas como desejo de vivermos em uma sociedade melhor mais humana e integrativa. Isso será possível quando compreendermos que cada um de nós é único, e isso é, em sua simplicidade, maravilhoso.

Diretor Técnico: Dr. Bráulio Barbosa – CRM-SC 3379