Espaços de trabalho improvisados e falta de
cuidado com a ergonomia agravaram o problema
Bárbara Miroski, especialista de coluna do Centro de Diagnóstico Ortopédico (CDO) do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80% da população, em algum momento da vida, desenvolverá um quadro de dor lombar. Na maioria das vezes de resolução espontânea e sem causa definida. Sabe-se que o sedentarismo, a obesidade e a ergonomia no trabalho são os principais fatores associados à lombalgia. O que tem se tornado uma preocupação ainda maior nos consultórios médicos neste momento pós-pandemia.
Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante a pandemia da Covid-19, mais de 8 milhões de brasileiros aderiram ao home-office da noite para o dia. Essa necessidade de adaptação rápida fez com que muitos trabalhadores improvisassem seus escritórios na mesa de jantar, sala de estar e até mesmo nos quartos. Além disso, pesquisas demonstraram aumento na carga horária, com muitos profissionais informando que trabalham mais de oito horas por dia na modalidade remota.
Associando o excesso de horas na mesma posição e condições ergonômicas não adequadas ao isolamento social e à diminuição da prática de atividade física, contatou-se um aumento na procura por atendimento médico devido a dores articulares e na coluna.
Cuide do seu corpo e da sua saúde. Procure adaptações no seu local de trabalho para que a tela fique na altura dos olhos, cadeira com apoio para os braços, apoio para os pés. A cada três horas trabalhadas, faça uma pausa de 10 minutos para um alongamento rápido, com mudanças de posição (sentar/levantar). E o mais importante: retome ou inicie uma atividade física regular.
Se, mesmo assim, as dores persistirem, procure seu médico ortopedista para avaliação e tratamento adequados. Invista na sua saúde que seu corpo devolverá em qualidade de vida.