Ao longo da história, a pesquisa produziu tecnologias que encontraram na área da saúde um ambiente acolhedor e de expansão.
Um exemplo clássico é a descoberta da radiação, no final do século 19, que resultou nos aparelhos de Raio-X. Em 1972, surgiu a tomografia computadorizada.
Os meios tecnológicos estão cada vez mais presentes na rotina de trabalho dos serviços de saúde.
As informações dos pacientes estão em processo de digitalização. Com isso, médicos e enfermeiros conseguem ter um acesso mais preciso dos dados e histórico clínico.
Esses exemplos se expandem em realidades atuais de equipamentos cada vez mais inovadores e robotizados, que garantem alto detalhamento de informações e imagens, e precisão para a realização de procedimentos cirúrgicos mais seguros, por exemplo.
A adoção de novas tecnologias é uma necessidade contemporânea no setor da saúde, com avanços, em ritmos diferenciados, de acordo com a realidade de cada instituição.
Levantamento realizado pela empresa de consultoria estratégica Folks, revela que a média de maturidade digital na saúde cresce gradualmente no Brasil. Na pesquisa feita em quase 200 hospitais do País, o índice foi de 46,19%, em 2024, frente a 44,13% em 2023.
A organização americana dedicada a melhorar os cuidados de saúde em qualidade, Healthcare Information and Management Systems Society, avalia que o mercado global de tecnologia da informação em saúde projeta um crescimento anual de 15% até o final de 2025.
O gerente de Inovação do Hospital Dona Helena, Chander Turcatti, reforça que a transformação digital na saúde vai além da adoção de novas tecnologias.
“Ela exige a reestruturação de processos, o investimento em ensino e a capacitação contínua das equipes. No Hospital Dona Helena, temos um compromisso sólido com a inovação, não apenas por meio da digitalização dos nossos serviços, mas também pelo investimento em startups e no fortalecimento da pesquisa aplicada à assistência médica. Essas iniciativas nos permitiram alcançar importantes reconhecimentos, como o prêmio Campeãs da Inovação, reforçando nosso papel como referência na área”, destaca Turcatti.
Nessa atmosfera tecnológica, há a realidade da chamada saúde 4.0, em que as inovações facilitam os acessos de dados dos pacientes por meio das máquinas e programas ligados aos aparelhos de monitoramento.
O Serviço de Saúde Pública da Inglaterra (NHS) avalia que o tratamento dos pacientes a partir do suporte de soluções digitais pode reduzir o custo dos atendimentos em 25%.
O Hospital Dona Helena, de Joinville, é um referencial em Santa Catarina no avanço da medicina com tecnologia. Na metade de 2024 foi implantado o Centro de Cirurgia Robótica, com a instalação do robô Da Vinci Xi. A inovação também ganhou amplitude com a aquisição de equipamentos para a realização de cirurgias, usando imagens tridimensionais.
No começo de 2025, o hospital joinvilense recebeu o Sistema de Visualização Robótica Zeiss Kinevo 900. Esta tecnologia apresenta imagens ampliadas e mais definidas durante as cirurgias, com alto nível de detalhamento do paciente.
O diretor-geral do Dona Helena, Jorge Tadeu Chechi, divide a influência da tecnologia em duas categorias. Uma que envolve equipamentos de alta eficiência. Nesse cenário, os médicos terão cada vez mais acesso às tecnologias que agregam valor aos procedimentos.
De acordo com o gestor, isso vai se refletir em outras especialidades, com cada vez mais novas opções surgindo, ampliando a eficiência dos atendimentos aos pacientes.
A outra categoria citada por Chechi está relacionada à parte de software de Inteligência Artificial, com captação e gestão de dados dos pacientes.
Segundo o diretor-geral, essas inovações ajudam os médicos na antecipação da identificação das doenças, priorizando a prevenção e direcionando os tratamentos.
“A cada momento, surgem novas alternativas para melhorar o acompanhamento dos pacientes. Isso é uma situação irreversível. Cada vez mais temos que investir em novas tecnologias e também nas áreas de ensino e pesquisas inovadoras”, analisa o diretor-geral do Hospital Dona Helena.
Saúde 4.0 integrada à 5.0
Complementar ao universo 4.0, está a Saúde 5.0. Essa direciona os dados captados pelas tecnologias e transforma em ações mais humanizadas, voltadas a uma interação mais próxima com o paciente.
“Vivemos a integração da Saúde 4.0 à Saúde 5.0, onde tecnologias avançadas otimizam a coleta e análise de dados, enquanto a humanização do cuidado se mantém como prioridade. Estamos construindo um ecossistema de inovação que alia inteligência artificial, robótica e softwares de última geração à experiência e ao bem-estar do paciente. Esse movimento não apenas aprimora diagnósticos e tratamentos, mas também fortalece a medicina preventiva e personalizada, garantindo uma assistência mais eficiente e acessível,” complementa o gerente de Inovação do Dona Helena, Chander Turcatti
A enfermeira e consultora, com especialização em inovação e tecnologia na área da saúde, Simone de Souza, disse que o conceito de Saúde 5.0 é uma abordagem inovadora que combina tecnologia e cuidado com um foco representando uma revolução na forma como nós cuidamos e priorizamos a nossa saúde. Segundo a especialista, essa nova realidade traz benefícios significativos para as pessoas e para a sociedade, principalmente na prevenção.
“Com o uso de tecnologias avançadas, dentro do conceito de saúde 5.0, é possível identificar padrões e prever possíveis problemas de saúde antes que se tornem graves. Isso permite intervenções precoces e estratégias de prevenção personalizadas, reduzindo a incidência de doenças e melhorando a qualidade de vida”, ressalta Simone.