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Dona Helena

Médico do Dona Helena avalia as mudanças previstas nos critérios de obesidade

Os critérios para medir o índice de obesidade de uma pessoa devem ser ampliados nos próximos anos. O objetivo deste novo estudo, ainda em análise, é aumentar a precisão do diagnóstico. 

A proposta visa também ampliar as ações preventivas para evitar problemas mais graves relacionados ao sobrepeso, como hipertensão, problemas cardíacos, diabetes, fragilidade nas articulações, danos no fígado, entre outros. 

Conforme artigo publicado no portal sobre pesquisa em saúde, The Lancet, “a implementação deste novo diagnóstico deve abrir as portas para um gerenciamento mais acessível e eficaz da obesidade”.

Nessa análise, estão sendo estudados novos parâmetros de avaliações. Além do uso do tradicional Índice de Massa Corporal (ICM), calculado pelo peso dividido pela altura ao quadrado, serão usadas outras medidas do tamanho corporal para definir o status de obesidade, como circunferência da cintura, razão cintura-quadril ou razão cintura-altura.

Conforme o artigo, a nova definição classifica o quadro de “obesidade clínica”, um estado de doença crônica e sistêmica diretamente causado pelo excesso de gordura.

E o cenário de“obesidade pré-clínica”, como uma condição de excesso de gordura,  sem disfunção orgânica atual ou limitações nas atividades diárias, mas com risco de saúde futuro aumentado.

O endocrinologista do Hospital Dona Helena, Diego de Aviz Gonçalves, avalia que a atualização dos critérios para medir a obesidade é uma evolução necessária, pois o IMC, apesar de amplamente utilizado, apresenta limitações significativas. 

Segundo Gonçalves, a mudança permite uma abordagem mais personalizada e eficaz. Em vez de focar apenas no peso e IMC, o médico poderá avaliar o risco metabólico real do paciente e definir estratégias terapêuticas mais direcionadas. 

“O IMC não diferencia composição corporal, como massa magra e gordura, e não considera a distribuição da gordura, que é um fator crítico para o risco metabólico. A incorporação de novas métricas, como percentual de gordura corporal, relação cintura-quadril e marcadores metabólicos, permite uma avaliação mais precisa e individualizada. Essas mudanças refletem um avanço na forma como entendemos e tratamos a obesidade, reconhecendo que não se trata apenas de peso, mas de saúde metabólica como um todo”, analisa o especialista. 

No ponto de vista dos pacientes, o médico destaca que essa alteração do diagnóstico  pode reduzir a estigmatização associada ao peso corporal e incentivar um foco maior na saúde global, qualidade de vida e composição corporal, em vez de apenas na balança.  “A tendência é que o tratamento da obesidade se torne mais preciso, baseado em evidências e menos genérico”, reforça Gonçalves. 

Na estimativa do endocrinologista do Hospital Dona Helena, para que esses critérios sejam amplamente adotados, é necessário um consenso entre as principais sociedades médicas e sua incorporação em protocolos oficiais. 

“A projeção é que, nos próximos anos, com o avanço da tecnologia e maior acessibilidade a métodos mais precisos, essas métricas se tornem padrão na avaliação da obesidade”, comenta Gonçalves.

Diretor Técnico: Dr. Bráulio Barbosa – CRM-SC 3379