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Dona Helena

Brasil confirma casos de sarampo após 3 anos sem a doença

DH Notícias – Edição 148

Livre do sarampo há quase três anos, o Brasil registrou entre fevereiro e março deste ano quase 30 casos da doença. Na América, ao total, são oito países com notificações de sarampo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS): Venezuela (159), Brasil (28), Estados Unidos (11), Canadá (3), Antígua e Barbuda (1), Guatemala (1), México (1) e Peru (1).

O pediatra Kalil Antonio Auache explica que a doença é infecciosa, transmitida por um vírus e pode se manifestar como se fosse uma gripe: febre alta, acima de 38,5°C; exantema maculopapular generalizado (erupção cutânea na pele); tosse; coriza; conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal. A transmissão ocorre diretamente, de pessoa para pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração. “Alguns adultos podem diminuir a resistência ao vírus com o tempo e precisam fazer o reforço da vacina. A cobertura vacinal aqui não é total, o que também pode justificar os casos recentes”, aponta.

O médico ressalta que a vacinação é a única maneira de prevenir o sarampo: “O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose entre quatro e seis anos”. Segundo o Ministério da Saúde, de todos os Estados brasileiros, apenas o Ceará registrou cobertura vacinal dentro da meta no ano passado (98%). Em todos os outros, a taxa é inferior a 95%, chegando a 51% no Maranhão e no Rio Grande do Norte. Na média do país, apenas 68% do público-alvo tomou as duas doses da tríplice viral em 2017. “Os principais grupos de risco são as pessoas de seis meses a 39 anos de idade. Dentre os adultos, os trabalhadores de portos e aeroportos, hotelaria e profissionais do sexo apresentam maiores chances de contrair sarampo, devido à maior exposição a indivíduos de outros países que não adotam a mesma política intensiva de controle da doença”, finaliza Kalil.

Casos aumentam na Europa
Os casos de sarampo na Europa aumentaram 400% em 2017, em comparação com o ano anterior, segundo dados da OMS. Em 2016 foram 5.273 casos e no ano passado o índice saltou para mais de 20 mil. Quinze países estão incluídos no surto. A Romênia lidera, com 5.562 ocorrências. Em seguida, vem a Itália, com 5.006 pessoas afetadas. A Ucrânia ocupa o terceiro lugar desse ranking, com 4.767 casos.

Segundo especialistas, parte do problema é causado por pessoas que evitam a vacinação, formando o chamado movimento antivacina.

Diretor Técnico: Dr. Bráulio Barbosa – CRM-SC 3379