Profissional atua na equipe do OncoCenter Dona Helena, em Joinville
Uma função relativamente nova na área da saúde – mas que se amplia em importância – é a de enfermeiro navegador. Profissional que atua nas várias linhas de cuidados médicos, e muito especialmente na oncologia, o enfermeiro navegador dá suporte ao paciente, em toda a jornada de tratamento. Seja diminuindo o tempo entre o rastreamento, diagnóstico e início do tratamento, seja auxiliando a vencer obstáculos burocráticos. Seu papel é proporcionar apoio emocional, mas, sobretudo, oferecer assistência para superar as dificuldades de um momento tão complexo. Por isso, atua tanto na elaboração do plano de cuidados quanto em entraves sociais, logísticos ou relacionados à comunicação.
“O principal desafio é dar celeridade a todos os processos que envolvem o tratamento”, resume a enfermeira navegadora Luana Daniela Pereira, que atua no OncoCenter Dona Helena, de Joinville (SC). Ela explica que, embora a função possa ser associada a outras especialidades de saúde, é na oncologia que se originou e onde atua mais sistematicamente.
Segundo Luana, é sempre mais interessante que o enfermeiro navegador que atua neste campo já tenha alguma experiência na área. Desse modo, terá base para entender o caminho de tratamento que o paciente irá percorrer, de acordo com seu diagnóstico. “Quando a gente recebe alguém com um diagnóstico ‘x’, precisa entender qual será a jornada desse paciente dentro da oncologia, qual a linha de cuidado a ser trabalhada. É até possível a um profissional leigo assumir este papel da navegação, mas ele terá uma atuação mais limitada em alguns campos”, explica a profissional.
A gerente de Enfermagem Fabiana Mohr complementa que cada serviço pode desenhar o seu modelo de navegação, adequado à sua realidade. “No Hospital Dona Helena, estabelecemos um modelo em que alinhamos a navegação, que envolve o rastreio por meio de exames de imagens ou biópsias com alta suspeita, com o monitoramento do paciente e a consulta de enfermagem. Buscamos antecipar o máximo possível o início do tratamento do paciente que recebeu o diagnóstico de câncer, além de estreitar o vínculo com ele, aumentando sua segurança”, detalha a profissional.
Já Luana observa que não é todo serviço que trabalha dessa forma: “Aqui, captamos o paciente já na alteração do exame, para fazer rastreabilidade e encaminhá-lo com mais agilidade ao médico de referência”. Outros serviços atuam muitas vezes apenas com o resultado confirmatório de biópsia para câncer. A navegação é isso – auxilia o paciente em sua jornada, não apenas para dar agilidade, mas para ajudá-lo a sanar dúvidas, auxiliando-o nos trâmites burocráticos – como, por exemplo, nas autorizações.
A profissional avalia que todo este apoio estabelece também uma forte conexão da instituição com o paciente. “Já estamos há seis meses com a navegação, e percebo que, na prática, essa atuação vem sendo uma grande estratégia de suporte para o paciente e seus familiares, em vários sentidos. Ele se sente mais confiante em ter alguém para lhe auxiliar nas demandas trazidas com o tratamento, reduzindo a ansiedades e medos.”