Apesar de todos os avanços da ciência médica e das inúmeras campanhas em torno da prevenção, as doenças associadas ao sistema cardiológico continuam sendo as que mais matam, no mundo todo. Integrante do corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), Ana Carolina Noronha Campos Berbel chama a atenção para essa realidade, que ganha destaque em 14 de agosto, quando o calendário marca o Dia do Cardiologista. Informações importantes, que pressupõem, mais do que atenção aos tratamentos, uma verdadeira mudança de paradigmas na vida das pessoas. Acompanhe o artigo produzido pela médica.
As doenças cardiovasculares (DCV) continuam sendo a principal causa de morte no mundo. Fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, obesidade, tabagismo e alcoolismo, associados ao comportamento sedentário, privação de sono, estresse e histórico familiar favorecem a doença.
A hipertensão é um importante fator de risco, sendo o mais prevalente para as doenças cardiovasculares. Já a diabetes tem aumentado significativamente nos últimos anos, levando à inflamação crônica do organismo e prejuízo às artérias, tornando-se uma das principais causas de mortalidade dentre as doenças cardiovasculares.
Também a obesidade, uma entidade complexa, é considerada de grande impacto nas doenças cardiovasculares e importante no comprometimento dos fatores de risco. Tabagismo, ingestão de álcool e sedentarismo estão relacionados ao aumento do risco cardiovascular, afetando todas as fases das doenças associadas.
A adoção de hábitos saudáveis exige constante esforço pessoal e resiliência.A melhora no estilo de vida associada à alimentação saudável traz novas perspectivas para a prevenção cardiovascular. A atividade física tem efeitos positivos no metabolismo do colesterol, glicose e pressão arterial e, combinada com novas classes de medicamentos para controlar os fatores de risco, resultou na diminuição das doenças cardíacas.
O controle do tabagismo é um importante instrumento de prevenção primária que, por meio da educação continuada nos últimos anos, tem levado a uma redução importante no número de dependentes.
A prevenção das doenças cardiovasculares é fundamental para evitarmos desfechos graves como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular encefálico (AVC). Para auxiliar o paciente em sua jornada na prevenção e, se necessário, o tratamento é importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por médico (cardiologista, endocrinologista, clínico geral), nutricionista, educador físico e psicólogo. O tempo e frequência para as visitas aos profissionais da saúde são individualizadas. No entanto, uma consulta anual com uma boa coleta de história do paciente, exame físico e exames complementares selecionados é uma receita saudável para o cuidado com a saúde.