Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) passaram a ser uma questão de saúde pública mundial, sendo considerada a epidemia da virada do século. Desde 2000, o dia 28 de fevereiro é marcado como o Dia Mundial do Combate ao Dort.
Os distúrbios relacionados ao trabalho podem ser definidos como manifestações ou síndromes patológicas que se instalam em determinadas partes do corpo em consequência do trabalho realizado de forma inadequada. Esses problemas que podem impactar tanto a capacidade física quanto mental resultam em um grande contingente de trabalhadores jovens com dores crônicas, incapacitados, muitas vezes, no auge de sua força de trabalho. Além dos problemas físicos, os profissionais com Dort passam a conviver com desrespeito, desconfiança, humilhação e menosprezo, de colegas de trabalho, médicos peritos, da própria família, entre outros.
A caracterização diagnóstica dos Dorts torna-se difícil por sua origem ser multifatorial e estar associada a fatores individuais, biomecânicos, organizacionais e psicossociais que podem conduzir a diferentes diagnósticos clínicos. Entre os fatores pessoais e individuais destacam-se a idade, sexo, hereditariedade, doenças sistêmicas e crônicas, fatores hormonais, dentre outros. Em relação aos fatores biomecânicos incluem-se os movimentos repetitivos, uso excessivo de forças, posturas inadequadas, compressões mecânicas, falta de repouso, equipamentos e layout do ambiente de trabalho. Já os fatores organizacionais estão relacionados à ausência de pausas entre as atividades, ritmo na execução do trabalho, forma de produção entre outros, e quanto aos fatores psicossociais podemos destacar a satisfação com o trabalho, as relações pessoais, personalidade, autonomia e expectativas individuais.
A prevenção aos distúrbios relacionados ao trabalho se dá por meio da criação de um bom ambiente de trabalho e respeitando os limites de cada indivíduo. A duração das jornadas de trabalho deve ser respeitada, assim como a presença de intervalos periódicos.
A implantação de um programa de qualidade de vida nas empresas, constituído de ginástica laboral, fisioterapia e ergonomia, pode despertar a necessidade de mudanças no estilo de vida dos funcionários, contribuindo para a promoção da saúde, produtividade e prevenção de doenças ocupacionais.
Tudo isso deve ser somado a um adequado estilo de vida, com boa qualidade de sono, condicionamento físico e manutenção da saúde em geral.
Mudança de LER para Dort
A denominação Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) substituiu a Lesões por Esforço Repetitivo (LER) por duas razões: primeiro porque a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresentam evidências de lesão em qualquer estrutura; a outra razão é que, além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o trabalhador.
No Hospital Dona Helena
O Hospital Dona Helena conta com um programa de qualidade de vida que, entre suas ações, mantém a sala de fisioterapia, com serviços de fisioterapia convencional, pilates, acupuntura e RPG. Com encaminhamento médico, os funcionários conseguem realizar as sessões e obter respostas positivas com o tratamento.
A área de Ergonomia cuida do conforto adequado e de métodos de prevenção de acidentes e de patologias específicas para cada tipo de atividade executada dentro do hospital. Um dos programas que está inserido na ergonomia é a ginástica laboral, muito bem aceita pelos funcionários do hospital, em que são realizados alongamentos, relaxamentos e dinâmicas em grupo, prevenindo desconfortos osteomusculares, alívio de tensões e ainda proporcionando momentos de descontração e socialização entre a equipe.
Com um programa completo que proporciona condições adequadas de trabalho, os resultados satisfatórios surgem e geram, consequentemente, uma maior eficiência produtiva, diminuição do absenteísmo e propiciando uma melhora na qualidade de vida para cada funcionário dentro e fora do hospital.