Referência em qualidade de atendimento na região, o Hospital Dona Helena investe em ações que melhoram o bem-estar de seus pacientes. Por isso, um dos setores mais delicados do hospital, a UTI Neonatal, recebe atenção especial. Uma das iniciativas são os polvos de crochês, produzidos por voluntários, e distribuídos para os bebês internados.
De acordo com a enfermeira e coordenadora da unidade materno-infantil do hospital, Elisa Alves Ramos Zin, antes do projeto ser implantado, a equipe estudou os benefícios: “Avaliamos os riscos de infecção, fizemos vários testes e verificamos o grau de esterilização dos polvos. Cada bebê recebe seu próprio polvo, que é lavado e esterilizado uma vez por semana”.
A ideia tem origem distante, na Dinamarca, em 2013, e já conquistou países como Suécia, Noruega, Islândia, Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Itália, Turquia, Israel, Palestina, Austrália e Estados Unidos. Em Joinville, 20 voluntárias produzem cerca de 40 bichinhos por mês e distribuem nos hospitais públicos e privados do município. “Existe um padrão oficial que devemos seguir. O fio para a confecção deve ser 100% de algodão, a fibra interna precisa ser siliconada e específica para artesanato e o polvo deve ter oito tentáculos de 20 centímetros cada”, explica Fernanda Engelmann, coordenadora do projeto na cidade.
Segundo a enfermeira Elisa, desde o nascimento, os bebês apresentam vários reflexos, sendo um deles o fechar a mão quando algo encosta ou quando sentem medo e insegurança. “Quando o recém-nascido necessita de medidas de tratamento invasivas, como tubos orotraqueais ou sondas, eles possuem a necessidade de segurar em algo, por isso pensamos em implantar os Octopus”, conta.
Dentre os benefícios observados para os bebês, Elisa aponta o relaxamento dos pequenos: “A intensão do uso dos polvos se dá pela semelhança entre a textura dos tentáculos e o cordão umbilical da mãe, oferecendo tranquilidade e segurança. Após dois meses de uso, observamos que eles ficam mais calmos na companhia dos polvos, pois houve uma redução dos equipamentos tracionados que estão anexos aos bebês”.
Hora da música
O projeto de musicoterapia é outra ação de destaque na UTI Neonatal do Dona Helena. Elisa conta que através de canções de ninar que acalmam o ambiente, a equipe percebeu a diminuição da frequência cardíaca e uma melhor saturação de oxigênio. “Colocamos as músicas no momento em que eles estão realizando o método canguru. Também utilizamos a musicoterapia quando temos que realizar procedimentos invasivos, pois relaxa os bebês”, ressalta. Para ela, o sucesso da iniciativa pode ser mensurado pela resposta positiva dos pais em: “Eles ficam muito felizes. É uma forma de humanizar o atendimento”.